O calendário da saúde ganha, durante os meses do ano, cores relacionadas a determinadas doenças como forma de conscientizar a população sobre medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento. Fevereiro recebeu duas cores: o roxo, como alerta ao lúpus, à fibromialgia e o Alzheimer; e o laranja, que faz referência sobre a leucemia, que pode ser classificada de acordo com a velocidade de evolução da doença.
A campanha do “Fevereiro Roxo”, criada em 2014, em Minas Gerais, busca conscientizar sobre diagnóstico precoce, que é o melhor caminho para retardar e controlar doenças. O mal de Alzheimer, fibromialgia e Lúpus são doenças crônicas e sem cura. No entanto, é possível controlar e retardar sintomas com tratamento adequado.
O “Fevereiro Laranja” tem como objetivo conscientizar a população sobre a leucemia e a importância da doação de sangue e medula óssea. A leucemia é uma doença dos glóbulos brancos, geralmente, de origem desconhecida. Tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais.
Especialistas reforçam que o diagnóstico precoce e o acompanhamento médico são cruciais para o manejo dessas condições. A médica hematologista, Andrommeda Moreira, do HMC, explicou que as campanhas “Fevereiro Roxo” e “Fevereiro Laranja” são oportunidades para alertar sobre a importância de identificar os sintomas e buscar orientação médica. “Essas doenças impactam na vida dos pacientes mas, com o tratamento adequado, é possível garantir qualidade de vida”.
A hematologista ressaltou que os sintomas das leucemias são muito variáveis e podem ser confundidos com sintomas de outras doenças, como fraqueza, febre, palidez, hematomas e sangramentos sem explicação aparente: “Um simples hemograma pode levantar a suspeita de leucemia. O diagnóstico, contudo, é confirmado por testes especializados, como o mielograma, imunofenotipagem e testes moleculares”.
No HMC, o paciente que apresentar os sintomas é instruído a fazer o hemograma, que sinaliza a suspeita da doença. Para um diagnóstico assertivo, o paciente é conduzido para Belo Horizonte, onde ele será encaminhado para o tratamento adequado.
Os tratamentos para leucemia podem incluir quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e transplante de medula óssea. Em alguns casos que a quimioterapia não tenha a resposta desejada, uma opção de tratamento é o transplante. O procedimento é possível por meio de ajuda de um doador compatível com o paciente.
Um dos maiores desafios no combate à leucemia é encontrar doadores de medula óssea compatíveis. É o que ressaltou Silver Komapoulus, pai da pequena Helena, que teve a doença. “Minha filha fez três anos de tratamento. Acompanhando diariamente, presenciei, por muitas vezes, a angústia de muitos pais, nos quais suas crianças - e até mesmo alguns adultos - em busca da compatibilidade de medula para transplante. Nem sempre é fácil achar um doador compatível. Por isso, mesmo minha filha não precisando, afirmo que quanto mais doadores tiverem mais pessoas serão beneficiadas. Um dos meus sonhos é receber uma ligação falando que minha medula é compatível para alguém, pois sou cadastrado”, destacou.
Doenças crônicas e incuráveis
Dados do Ministério da Saúde (MS) mostram que o lúpus afeta uma em cada 1.700 mulheres brasileiras, com maior prevalência nas faixas etárias entre 20 e 45 anos. Seus sintomas incluem fadiga extrema, dores articulares e lesões na pele. O tratamento foca no controle dos sintomas e na prevenção de crises.
Já a fibromialgia é uma síndrome que provoca dores musculares e articulares, afetando cerca de 3% da população, principalmente mulheres. Além da dor, pacientes relatam insônia, cansaço e ansiedade.
O mal de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que atinge 6% das pessoas acima de 60 anos no Brasil, totalizando cerca de 900 mil casos.
Doação de Sangue
O sangue é totalmente eficaz para salvar vidas porque desempenha funções vitais no organismo e pode ser usado em diversas situações médicas. Segundo a médica hematologista do HMC, Andrommeda Moreira, o sangue doado desempenha uma função essencial nas emergências, devido a acidentes, cirurgias e outros casos. “Todos os dias recebemos pedidos de transfusão de sangue para vítimas de acidentes, doenças graves na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), pessoas que necessitam de cirurgias de grande porte. E para manter um estoque seguro para atender a todos, necessitamos, diariamente, dos doadores de sangue”, evidenciou.
O paciente Douglas Ramos, 31, é exemplo do benefício da doação de sangue. “Entrei no hospital entre a vida e a morte e precisei fazer uma cirurgia de imediato, pois tive uma hemorragia forte. Como eu fui um beneficiado com bolsas de sangue, eu acho importante dizer que a doação é de suma importância para salvar vidas. Inclusive após meu tratamento eu tenho intenção de ser um doador, pois meu sangue (O-) é raro e posso salvar vidas. Além disso, eu sou muito grato pela vida destas pessoas, que doaram e salvaram a minha”, destacou.
A Fundação Hemominas adota critérios básicos para avaliar quem se encontra ou não apto a doar sangue aqueles estabelecidos pelo MS e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgãos responsáveis pela legislação nacional de hemoterapia.
Outros quesitos importantes para ser um doador são: não estar gripado, não ter nenhuma doença transmitida pelo sangue; não ter tido hepatite após os 11 anos de idade; não ter evidência clínica ou laboratorial de doenças sexualmente transmissíveis, como hepatite B e C, Aids (vírus HIV), doenças ligadas ao vírus HTLV I e II; não ter doença de chagas, não ter tido malária e não pode fazer uso de drogas ilícitas injetáveis. As restrições são, ainda, para pessoas que têm doenças autoimunes, diabetes e hipertensão.
Para doar sangue no Hemominas, é preciso agendar a doação no site www.hemominas.mg.gov.br (hiperlink) ou no aplicativo MGapp Cidadão.
Para captação de doadores de sangue no Barreiro, é possível entrar em contato com o Serviço de Captação do Posto de Coleta no Hospital Júlia Kubitschek, pelo telefone (31) 3336 0880.
Para a doação de sangue e medula óssea na unidade do Hemominas Betim funciona de segunda a sexta-feira de 7h às 11h. Para que as doações cheguem até o banco de sangue do HMC, os doadores precisam informar que a intenção da doação será para o hospital.